terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Rastreabilidade - Portaria 459/2009

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA

PORTARIA Nº 459, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009

O SECRETÁRIO DE DEFESA AGROPECUÁRIA, DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 103, inciso IV, do Anexo da Portaria nº 45, de 22 de março de 2007, tendo em vista o disposto no art. 31, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, no art. 1º, inciso VI, da Portaria nº 215, de 27 de abril de 2001, e o que consta do Processo nº 21000.011463/2009-13, resolve:

Art. 1º Submeter à consulta pública, pelo prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da publicação desta Portaria, com relação ao disposto no Artigo 3º da Instrução Normativa Nº 65, de 16 de dezembro de 2009, projeto de Instrução Normativa, com seus Anexos, conforme descrito abaixo:

ANEXO I - Procedimentos operacionais para o produtor rural
ANEXO II - Planilha padrão de identificação dos animais
ANEXO III - Procedimentos operacionais para certificadora e agente certificador da identificação individual de bovinos e bubalinos
ANEXO IV - Requerimento de credenciamento de certificadora
ANEXO V - Requerimento de agente certificador
ANEXO VI - Procedimentos operacionais para o fornecedor de elementos de identificação
ANEXO VII - Requerimento para cadastro de empresa fornecedora de elemento de identificação junto ao SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE BOVINOS E BUBALINOS - SISBOV
ANEXO VIII - Procedimentos Operacionais para os Matadouros- Frigoríficos

Parágrafo único. As respostas à consulta pública de que trata o caput deverão ser encaminhadas exclusivamente para o correio eletrônico: consultsisbov@agricultura.gov.br.

Art. 2º Findo o prazo estabelecido no art. 1º, a Secretaria de Defesa Agropecuária deste Ministério, por meio da Coordenação de Sistemas de Rastreabilidade, avaliará as sugestões recebidas e fará as adequações pertinentes, para aprovação e publicação no Diário Oficial da União.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

INÁCIO AFONSO KROETZ

Rastreabilidade - IN 65/2009

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
GABINETE DO MINISTRO

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 65, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2009

O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso das atribuições conferidas pelo art. 2º do Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006, o disposto no art. 4º do Regulamento aprovado pelo referido Decreto, tendo em vista o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 4º da Lei 12.097, de 24 de novembro de 2009, considerando a necessidade de estabelecer normas e procedimentos aplicáveis à identificação de bovinos e bubalinos de modo a atender requisitos específicos, e o que consta do Processo nº 21000.011425/2009-61, resolve:

Art. 1º Alterar a denominação do SERVIÇO DE RASTREABILIDADE DA CADEIA PRODUTIVA DE BOVINOS E BUBALINOS - SISBOV, que passa a chamar-se SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE BOVINOS E BUBALINOS - SISBOV.

§ 1º A adesão de produtores rurais e demais segmentos da cadeia produtiva de bovinos e bubalinos à norma referida no caput deste artigo é voluntária.
§ 2º Todos os segmentos da cadeia produtiva de bovinos e bubalinos, que optarem voluntariamente a serem provedores de carne destinada a mercados que exijam a identificação individual dos animais, ficam sujeitos às regras estabelecidas nesta Instrução Normativa.
§ 3º Todos os produtores rurais que aderirem ao SISBOV estão sujeitos a restrições no comércio para mercados exigentes de rastreabilidade, quando não atenderem as regras estabelecidas nesta Instrução Normativa.

Art. 2º Criar a categoria de Estabelecimento Rural Cadastrado no SISBOV - ERAS, observando as regras do cadastro efetuado nas diversas unidades da Federação pelos Órgãos que participam do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, definidas no Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006.

Art. 3º As normas operacionais para implementação e manutenção do SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE BOVINOS E BUBALINOS - SISBOV serão expedidas pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - SDA/MAPA.

Art. 4º A Secretaria de Defesa Agropecuária editará normas de organização e registro das informações do SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE BOVINOS E BUBALINOS - SISBOV, adotando as medidas necessárias de integração e organização destas informações, por meio eletrônico, em banco de dados único.
Parágrafo único. Todos os sistemas voluntários de que trata o § 1º do art. 4º da Lei nº 12.097, de 24 de novembro de 2009, serão obrigatoriamente vinculados ao Banco Nacional de Dados – SISBOV.

Art. 5º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Ficam revogadas, quando da entrada em vigor das normas da SDA/MAPA de que trata o art. 3º da presente Instrução Normativa, a Instrução Normativa MAPA nº 17, de 13 de julho de 2006, a Instrução Normativa nº 48, de 4 de novembro de 2009, a Instrução Normativa nº 14, de 14 de maio de 2009, a Instrução Normativa nº 24, de 30 de abril de 2008, a Instrução Normativa nº 51, de 5 de novembro de 2007, a Instrução Normativa nº 30, de 4 de julho de 2007, e a Instrução Normativa nº 25, de 12 de junho de 2007.

REINHOLD STEPHANES

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Rastreabilidade - Lei 12.097/2009

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LEI Nº 12.097 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2009.


Dispõe sobre o conceito e a aplicação de rastreabilidade na cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:


Art. 1o Esta Lei conceitua e disciplina a aplicação de rastreabilidade na cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos.


Art. 2o A rastreabilidade de que trata esta Lei é a capacidade de garantir o registro e o acompanhamento das informações referentes às fases que compõem a cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos, permitindo seguir um animal ou grupo de animais durante todos os estágios da sua vida, bem como seguir um produto por todas as fases de produção, transporte, processamento e distribuição da cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos.


Parágrafo único. A rastreabilidade tem por objetivo primordial o aperfeiçoamento dos controles e garantias no campo da saúde animal, saúde pública e inocuidade dos alimentos.


Art. 3o Os agentes econômicos que integram a cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos ficam responsáveis, em relação à etapa de que participam, pela manutenção, por 5 (cinco) anos, dos documentos fiscais de movimentação e comercialização de animais e produtos de origem animal que permitam a realização do rastreamento de que trata esta Lei para eventual consulta da autoridade competente.


Parágrafo único. Os controles de que trata o caput deverão ser implementados no prazo de até 2 (dois) anos a contar da data de regulamentação desta Lei, devendo a norma reguladora, sempre que possível, estabelecer procedimentos que não sobrecarreguem o produtor em termos de formalidades administrativas.


Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a rastreabilidade da cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos será implementada exclusivamente com base nos seguintes instrumentos:


I - marca a fogo, tatuagem ou outra forma permanente e auditável de marcação dos animais, para identificação do estabelecimento proprietário;


II - Guia de Trânsito Animal - GTA;


III - nota fiscal;


IV - registros oficiais dos serviços de inspeção de produtos de origem animal nos âmbitos federal, estadual e municipal, conforme exigir a legislação pertinente;


V - registros de animais e produtos efetuados no âmbito do setor privado pelos agentes econômicos de transformação industrial e distribuição.


§ 1o Poderão ser instituídos sistemas de rastreabilidade de adesão voluntária que adotem instrumentos adicionais aos citados no caput, e as suas regras deverão estar acordadas entre as partes.


§ 2o A organização e o registro das informações de que trata o caput deverão ser feitos por meio eletrônico, devendo o Poder Executivo Federal adotar os meios necessários para integrar e organizar as referidas informações.


Art. 5o A marca a fogo ou a tatuagem de que trata o inciso I do caput do art. 4o desta Lei é obrigatória e deverá ser aposta, respectivamente:


I - na perna ou na orelha esquerdas, conforme o caso, para indicar o estabelecimento de nascimento do animal;


II - na perna ou na orelha direitas, conforme o caso, para indicar os estabelecimentos proprietários subsequentes.


§ 1o As marcas e tatuagens referidas no inciso I do caput do art. 4o desta Lei obedecerão, quando for o caso, às disposições da Lei no 4.714, de 29 de junho de 1965, e deverão ser inscritas em órgãos ou entes públicos municipais ou estaduais ou nas entidades locais do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária - SUASA, referido na Lei no 8.171, de 17 de janeiro de 1991.


§ 2o A União providenciará, em até 2 (dois) anos, em caráter suplementar, sistema de inscrição de marcas, nos municípios em que não haja sistema adequado de inscrição.


§ 3o Será dispensado o uso de marca a fogo, tatuagem ou outra forma de marcação permanente quando for utilizado sistema de identificação dos animais por dispositivo eletrônico.


§ 4o Será dispensado o uso de marca a fogo, tatuagem ou de outra forma de marcação permanente no caso de animais com registro genealógico em entidades privadas autorizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nos termos da Lei no 4.716, de 29 de junho de 1965.


§ 5o Caso as formas de identificação de que trata o caput tornarem-se obsoletas ou inviáveis, outras formas poderão ser instituídas a critério do Poder Executivo.


Art. 6o Os estabelecimentos rurais e os de abate somente poderão receber bovinos e búfalos identificados na forma do art. 4o desta Lei e acompanhados de GTA em que essa identificação esteja presente.


Art. 7o Para o atendimento ao disposto nesta Lei, e para todos os efeitos fiscais, ficam autorizados os produtores rurais a emitir suas próprias notas fiscais, a partir de talonário previamente registrado perante a autoridade fazendária.


Art. 8o A autorização de importação de animais e produtos de origem animal de que trata esta Lei fica condicionada à comprovação pelo importador de que foram cumpridas as regras de rastreabilidade do país de origem e que essas normas sejam pelo menos equivalentes ao disposto nesta Lei.


Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos embriões e ao sêmen de bovinos e búfalos cuja importação obedecerá a regulamentos próprios.


Art. 9o Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a data de sua publicação oficial.


Brasília, 24 de novembro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Reinhold Stephanes


Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.11.2009

Controle de Rebanho - X

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O software Capataz® é especialista em Escrituração Zootécnica e em Gerenciamento de Rebanho Bovino, Ovino, Caprino e Bubalino. Em seu banco, são armazenados mais de duzentos itens de cada animal. Para que o Capataz® ficasse tão interativo quanto ele é, uma das estratégias utilizadas foi estruturar o seu banco de dados de maneira tal que esse conjunto de itens (dados) pudessem ser manipulados em módulos ou grupos de acordo com as suas características ou finalidades.

O segmento identificação é composto por 75 itens que servem para identificar e caracterizar cada animal. Desses itens, a maioria é de preenchimento obrigatório. Para os facultativos há a  recomendação para que sejam fornecidos em face de suas relevâncias. O segmento Identificação é o único obrigatório no Capataz®, pois é nele que se registra/cadastra o animal dentro do banco de dados.

Para cadastrar o animal no Capataz® é utilizada tela (formulário) específica, sendo a inclusão extremamente facilitada, pois dos setenta e cinco itens, apenas nove não inseridos pelo usuário. Destes, apenas DOIS precisam ser digitados: o NÚMERO (brinco) do animal e o Peso ao Nascer. Os outros sete itens: (1) Sexo, (2) Data de nascimento, (3) Pai, (4) Mãe, (5) Pureza racial, (6) Grau de sangue, e (7) Categoria são inseridos com o uso do recurso ‘Downchoice’, onde o usuário escolhe um item em uma lista de opções.


Quanto aos outros sessenta e seis itens obrigatórios o Capataz® os inclui automaticamente por meio do recurso ‘Downderevedchoose’, baseando-se nos parâmetros predefinidos, no ambiente de trabalho. O segredo da facilidade do processo de inclusão do animal se deve à estrutura inteligente do banco de dados do Capataz® que conta com centenas de itens (dados) predefinidos e cadastrados inerentes ao Usuário, às Fazendas, às Espécies, às Raças, etc. e etc.



Continua ...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Escrituração Zootécnica - VII

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Na terceira parte deste artigo concluímos, definitivamente, que a finalidade da Escrituração Zootécnica e o que interessa ao criador são as informações geradas a partir dos dados coletados em campo (fazenda). Mas, de que dados estamos falando? Quais, quantos e de que tipos? Didaticamente, podemos agrupar esses dados da seguinte maneira: (1) Identificação; (2) Desenvolvimento; (3) Reprodução; (4) Sanidade; (5) Avaliação; e (6) Manejo.

4. Sanidade:

Entende-se por pecuária de resultado aquela assentada sobre o tripé saudável: Nutrição, Sanidade e Genética. O desequilíbrio de qualquer uma dessas pernas implica perdes consideráveis e até mesmo fracasso do negócio. De nada adianta boa pastagem e animais de alto valor genético se estes estiverem doentes.

O manejo sanitário consiste num conjunto de práticas específicas e sistemáticas destinadas à prevenção de doenças e a manutenção da saúde e do bem-estar do animal. Para isso é necessário que sejam adotadas, sistematicamente, medidas de higiene e de profilaxia sanitária e, também, medidas de profilaxia médica.

Uma das principais atividades do correto manejo sanitário é o registro das ocorrências de doenças dentro do rebanho. O registro, por sua vez, para produzir resultados (informações) precisa conter: (1) nome da doença; (2) número do animal doente; (3) data da ocorrência; (4) medicamento aplicado; (5) resultado do tratamento. Esses dados formarão a base que servirá para a geração informações úteis que auxiliarão no correto manejo sanitário.

Dentre as medidas preventivas importantes destacam-se as vacinações periódicas contra os seguintes patógenos: Clostridiose, Febre aftosa, Brucelose, botulismo, raiva, ceratoconjutivite, gangrena gasosa, carbúnculo hemático, leptospirose, pasteurelose.

Das medidas curativas, destacam-se as vermifugações periódicas e estratégias; o combate aos carrapatos, aos bernes e à mosca do chifre, entre outras. Contra os helmintos são aplicados medicamentos com os seguintes princípios ativos: Ivermictina, Tiabendazol, Mebendazol, Cambendazol, Oxfendazol, Fembendazol, Oxibendazol, Levamisol, Febantel, Doramectina, Pirantel, entre outros.

O software Capataz® dispõe de recursos que permitem ao criador exercer rígido controle sobre as práticas sanitárias. De praxe, os formulários para registros dos tratamentos realizados são amigáveis e muito fáceis de usar. Pouquíssima digitação, pois os dados, em sua maioria, são inseridos utilizando-se os recursos ‘Downchoice’ e ‘Downderevedchoose’.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Escrituração Zootécnica - V

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Na terceira parte deste artigo concluímos, definitivamente, que a finalidade da Escrituração Zootécnica e o que interessa ao criador são as informações geradas a partir dos dados coletados em campo (fazenda). Mas, de que dados estamos falando? Quais, quantos e de que tipos? Didaticamente, podemos agrupar esses dados da seguinte maneira: (1) Identificação; (2) Desenvolvimento; (3) Reprodução; (4) Sanidade; (5) Avaliação; e (6) Manejo.

Na quarta parte comentamos sobre os elementos do grupo Identificação, suas particularidades, importância e como o Capataz® lida com eles. Trataremos, agora, do grupo Desenvolvimento.

No âmbito do segmento pecuário, podemos definir que o desenvolvimento do animal é medido pelo seu peso corporal vivo, desde o nascimento. Assim, o peso ao nascer, pesos em diversas idades (de interesse estratégico), peso à primeira cobertura, peso ao primeiro parto, etc. e etc. são dados relevantes em uma atividade pecuária.

Notadamente, o peso ao nascer (PN) é um fator crítico em qualquer raça. Animais que nascem com baixo peso em relação ao padrão da raça, terão dificuldade em desenvolver-se adequadamente. Muitos nem sobrevivem; morrem no periparto. Mas, e daí que o animal nasceu leve, levinho de dá dó?! Bem, a princípio a mãe é a culpada, parcial ou totalmente. Pode ser em parte, quando ela possui todos os quesitos de uma boa matriz, porém o infeliz do criador não lhe deu o devido tratamento e cuidados necessários antes e durante a gestação.

Geralmente, o pecador é o criador mesmo! Não têm o devido cuidado, necessário, com as primíparas, por exemplo. A fêmea de primeira cria, geralmente, é ainda muito jovem e, em alguns casos, jovem demais. Essa fêmea ainda está em crescimento; Necessita de alimentação de qualidade, bem balanceada e dobrada, principalmente no terço final da gestação. Caso não se observe isso, é certo que a cria irá nascer fraquinha, mixuruca mesmo. E o pior: a própria mãe está, praticamente, condena como matriz produtiva! O fato de ter sido mal alimentada, em fase tão delicada, seu desenvolvimento ficou prejudicado e o tempo perdido dificilmente será recuperado.

A condição corporal da matriz antes da cobertura é, também, fundamental. Se magra, terá dificuldade de entrar em cio. Se for daquelas arretada que emprenham de qualquer jeito, certamente terá dificuldade na consecução da gestação. Isso é fato, e não se discute. Se obesa, também não é bom. Terá problemas para emprenhar, entre outras coisas. Então, nem magra, nem gorda; tem que está no ponto! Na escala de 1 a 5, onde 1 é magrela e 5 é obesa, 3 e 4 é o ideal para o escore corporal da matriz na fase de cobertura.

Bem, vamos então supor o caso de um animal que nasceu com o peso ideal para o padrão da raça. O que fazer; não precisa acompanhar seu desenvolvimento? Não será preciso pesá-lo periodicamente? Sim, precisa pesar sim senhor! Apesar de ser bem-nascido, o seu desenvolvimento ponderal deverá está dentro do padrão da raça; senão esse animal lhe dará prejuízo! Além disso, o acompanhamento, sistemático, do desenvolvimento ponderal é, também, um ponto de controle da matriz no que se refere à habilidade materna. Veja; enquanto o animal estiver ao pé (mamando), sua alimentação é basicamente constituída do leite da mãe. Ora, se a mãe produz pouco leite e mesmo leite de pouca qualidade, fatalmente o desenvolvimento da cria será afetado.

Mas, de quem é a culpa? Mais uma vez pode ser que a mãe seja, parcial ou totalmente, culpada. Em parte, quando ela possui todos os quesitos de uma boa matriz, porém o infeliz do criador não lhe deu o tratamento devido durante a lactação. Basicamente, os cuidados são a nível nutricional e sanitário. Animal bem alimentado não adoece. Com alguns cuidados, básicos, com a saúde, não tem erro!

Outra coisa que ajuda muito, muito mesmo, é não permitir que a cria mame após ter se tornado ruminante propriamente dito. Sim, como sabemos, os ruminantes possuem mais de um estômago, porém ao nascer, apenas um deles é funcional. Os demais levam algum tempo para se desenvolver de acordo com a espécie ou a raça. Ora, se a principal alimentação dos ruminantes é capim, logo não há que dar leite para um ruminante completo!




O software Capataz® cuida bem dessa parte. Ele dispõe de recursos que permitem ao usuário cadastrar, de maneira fácil, os pesos medidos de cada animal. Também, possui recursos que permitem a importação de pesagens realizadas em balanças eletrônicas. No caso de cadastramento, manual, das pesagens o usuário digita apenas o número do animal, a data da pesagem, e o peso medido. Com esses dados é que o Capataz® trabalha fazendo inúmeros e complexos cálculos para gerar uma gama de informações que permitirão conhecer se o desenvolvimento do animal está normal ou não. O Capataz® é crí-cri nesse ponto: até informar se o peso está abaixo, dentro ou acima do padrão da raça ele informa.

domingo, 22 de novembro de 2009

Escrituração Zootécnica - Parte III

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Na primeira e segunda partes deste artigo tecemos comentários sobre o que é, e para que serve a Escrituração Zootécnica; e as vantagens em utiliza-la.

No que diz respeito à realização da Escrituração Zootécnica, vimos que, efetivamente, a melhor maneira de registrar as diversas ocorrências - de interesses zootécnico, econômico e financeiro - de uma fazenda de criação de gado é utilizando um programa de computador.

E o porquê disso? É que coletar e registrar os dados, tais como: data da cobertura, quem acasalou com quem, data do parto, tipo de parto, peso ao nascer, pesagens, tratamentos, vermifugação e vacinação (data e produto aplicado), etc. e etc. quando feita em caderno ou em ficha da muito trabalho e pouco resultado.

E por que pouco resultado? É que o que interessa, o importante, o objetivo da Escrituração Zootécnica é a geração de informações. Sim, isso mesmo! Informações, rápidas e precisas, tais como: quantas cabeças (total, por sexo, por categoria, etc.); quantos nasceram; quantos morreram (e suas causas); diversos Índices (mortalidade, prolificidade, fertilidade, cobertura, prenhez, IEP); quais fêmeas ainda não pariram (nulíparas) entre centenas de outras.

Todas essas e muitas outras informações, são derivadas dos dados coletados em campo (fazenda). Entretanto, para gerar essas informações a maioria das vezes é preciso fazer cálculos; muitos e complexos cálculos. Manualmente, seria quase impossíveis fazer esses cálculos em face da demora e dos custos! Entretanto, com um programa de computador especialmente desenvolvido para Escrituração Zootécnica as informações são obtidas com apenas um clic!

No mercado brasileiro existem alguns softwares nesse segmento. Um dos melhores softwares para Escrituração Zootécnica e Gerenciamento de Rebanhos é o Capataz® da Capataz Assessoria Rural. Veja a “cara” do sujeito:




O Capataz® é um programa enxuto, objetivo e fácil de usar, destinado ao controle de rebanhos e a escrituração zootécnica de Bovinos, Ovinos, Caprinos e Bubalinos. Armazena em seu banco, dados essenciais e suficientes para gerar informações úteis e precisas sobre o desenvolvimento e a performance de cada animal e do rebanho.

Seu foco é na matriz, por ser ela maioria em qualquer rebanho, além do que são elas que produzem as crias, objetivo principal de qualquer criatório. O Capataz® tem um cuidado todo especial pelas fêmeas. Procura controlar tudo delas. Para se ter uma idéia, o Capataz® armazena em seu banco de dados mais de 99 informações (dados) de cada animal.

Mas, e os machos? O Capataz® é exigente com os Reprodutores. Têm que mostrar serviço. Ser funcionais. Relata tudo, com detalhes. Se presta, se não presta. Quem cobre mais ou menos. Quem emprenha mais ou menos. Quem gera filhos mais pesados ou leves. E assim por diante. Ele tem em relatório chamado “Mapa da Capacidade de Serviço” que mostra o que cada um faz ou deixou de fazer dia a dia.



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Escrituração Zootécnica – Parte II

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Na primeira parte deste artigo, abordamos alguns dos fundamentos para o sucesso ou fracasso de qualquer empreendimento, quer seja pessoal ou profissional. Vimos que o planejamento, a organização, a gestão, as ações corretas e bem executadas dependem de informações, precisas e tempestivas. No mundo dos negócios de criação de bovinos, caprinos, ovinos ou bubalinos, por exemplo, essas regras se aplicam perfeitamente, uma vez que para um administrador de fazenda de gado possa gerir bem o seu negócio e fazer com que as matrizes produzam normalmente, ele precisa, diariamente, das informações produzidas pela Escrituração Zootécnica.

Discutimos, também, o fato de que a Escrituração Zootécnica só é viável quando realizada utilizando-se programa de computador especifico para tal. Pode parecer, a princípio, estranho afirmar isso; porém, se analisarmos que os dados registrados por si só são de pouca valia e o que vale e tem importância são as informações derivadas deles, fica fácil compreender que anotar os dados, coletados na fazenda, em cadernos ou em fichas vai gerar pouca ou nenhuma informação.

Para entender melhor o que acabamos de afirmar, imagine a ocorrência de um parto, coisa corriqueira em toda fazenda. Na ficha deverá ser anotado, no mínimo, os seguintes dados:

1) número da matriz que pariu;
2) data do parto;
3) quantidade de crias;
4) peso das crias.

Observe que são apenas quatro dados. Entretanto, sabemos que em um parto existem muitos mais dados de interesse zootécnico! Mais adiante teremos oportunidade de mostrá-los e discutir as razões e a importância deles.

Bem, mas voltemos às fichas. Anotamos, nas respectivas fichas de cada matriz, os partos bem sucedidos ou não. Agora, onde estão as informações de que preciso? Bem, se for somente saber, por exemplo, quantos partos determinada matriz realizou, basta pegar a sua ficha e contar cada anotação de parto.

Mas, e se eu quiser saber o IEP – Intervalos Entre Partos daquela matriz? Sabemos que essa informação é fundamental para uma boa gestão de um rebanho de matriz! Como é que vamos saber que os partos daquela matriz ocorreram dentro do padrão, sem conhecer o IEP? Logo, terei que calcular os tempos (em dias ou meses) entre um parto e outro de cada matriz em um rebanho de quinhentas! E se quisermos saber a média do IEP da fazenda? Complicou mais ainda!

Imagine, então, se no sistema de registro a ser implantado o fazendeiro quisesse que o parto fosse anotado da seguinte maneira:

1) número da matriz que pariu;
2) data do parto;
3) hora ou turno do parto;
4) condição do parto (fácil, normal, difícil);
5) tipo de parto (simples ou gemelar);
6) peso individual de cada cria
7) quantidade de crias;
8) sexo das crias, e
9) registro automático das crias.

Veja que são nove dados gerados em um único parto, que têm implicações zootécnicas importantes e que irão gerar várias informações essenciais na gestão do negócio. Entretanto, querer gerar informações precisas e tempestivas a partir de dados, como esses, armazenados em cadernos ou fichas é tarefa muito, muito difícil, para não dizer impossível.

Felizmente, existem no mercado brasileiro softwares especialistas em Escrituração Zootécnica. Um dos bons, muito bom por sinal, é o software Capataz®, desenvolvido pelo zootecnista Marco Aurélio Duarte, diretor técnico da Capataz Assessoria Rural.

“O Capataz®, é um software especialista em Escrituração Zootécnica para Bovino, Caprino, Ovino e Bubalino. É um programa enxuto, voltado na escrituração de eventos de interesse zootécnico e com foco na fêmea, por representar 99% das cabeças de um rebanho. Entretanto, não escapam do controle e das avaliações os reprodutores que servem o plantel.”, afirma o Zootecnista Aurélio.

Como em qualquer segmento, existem no mercado diversos softwares (na verdade não são tantos assim) para todos os gostos e preços. Alguns são complexos e caros. Estes, geralmente, além do controle zootécnico propriamente dito, possuem outras funcionalidades, tais como o módulo financeiro e outros recursos de pouca utilidade, diga-se de passagem, que tornam o sistema pesado e caro.

“A licença de uso do Capataz®, tem valor intermediário: não é o mais caro e nem o mais barato do mercado. Seu preço é compatível ao que se propõe. Aliás, posso afirmar, sem medo de errar, que o Capataz®, poderia ser até mais caro pelo que ele oferece. O Capataz®, vale cada centavo que é pago por ele. As informações geradas por ele não têm preço!”, sentencia Marco Aurélio.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sincronização de Estro

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Perfil de progesterona e intervalo ao estro de receptoras bovinas sincronizadas com doses reduzidas de cloprostenol.

Objetivou-se comparar os efeitos da aplicação de diferentes doses de cloprostenol sódico (doses equivalentes a 50% da convencional), nas vias intramuscular (IM) ou intra-vulvosubmucosa (IVSM), sobre as taxas de sincronização, o intervalo da aplicação ao estro e a queda das concentrações séricas de progesterona (P4). Foram utilizadas 199 femêas - 103 fêmeas com histórico de estro e 96 sem histórico (apenas avaliadas pela palpação transretal, para se verificar presença de corpo lúteo característico) - divididas ao acaso em três tratamentos: 1 - 68 animais (38 com histórico de estro) receberam 1mL de cloprostenol via IVSM; 2 - 66 animais (33 com histórico de estro) receberam 1 mL via IM; 3 - 65 animais (32 com histórico de estro) receberam 2 mL via IM. Foram considerados os animais em estro até 96 horas após a aplicação. As concentrações séricas de progesterona foram analisadas por RIA às 0 e 48 horas após a administração do luteolítico. Não houve diferença entre os tratamentos nas taxas de sincronização (72,1; 53,0 e 64,6% respectivamente), nos intervalos da aplicação ao estro (69,3 ± 15,2; 67,9 ± 16,7; 68,3 ± 16,9 horas, respectivamente) e na queda percentual de P4 (79; 68 e 83%, respectivamente). Porém, quando os dados dos animais pertencentes aos dias 11 a 16 do ciclo estral foram agrupados e comparados com os animais dos dias 7 a 10 do ciclo, as taxas de sincronização foram diferentes (76,1 vs 55,5%). Concluiu-se que o cloprostenol sódico administrado em doses reduzidas em 50%, nas vias IM ou IVSM, apresentou efeito semelhante à dose convencional. Animais em fases medianas e tardias do diestro (dias 11 a 16 do ciclo estral) respondem melhor à sincronização com cloprostenol que animais em fase luteal inicial (dias 7 a 10 do ciclo).

Autor: GIOSO, Marilú Martins et al.

Resíduo de mandioca

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Avaliação da substituição do milho pelo resíduo seco da extração da fécula de mandioca sobre o desempenho de novilhas mestiças em confinamento.

O objetivo neste trabalho foi avaliar o efeito da substituição total do milho pelo resíduo seco de mandioca sobre o desempenho de novilhas mestiças terminadas em confinamento. Foram utilizadas 30 novilhas mestiças com idade aproximada de 21 meses e peso vivo médio de 325 kg, agrupadas em dois lotes experimentais e alojadas em duas baias. Os dois lotes foram submetidos a um período pré-experimental de 49 dias, no qual receberam silagem de sorgo, à vontade, e concentrado à base de farelo de soja, milho e uréia (19,67% de proteína), na proporção de 1,05% do peso corporal. Nesta fase, apresentaram ganho médio diário (GMD) de 1,08 kg semelhante para os lotes. Em seguida, iniciou-se o período experimental (57 dias), com os animais pesando, em média, 378 kg. Um lote foi mantido sob a mesma dieta, enquanto o outro passou a receber o concentrado experimental, no qual o milho foi substituído pelo resíduo (18,12% de proteína), na proporção de 1,18% do peso corporal, e silagem à vontade. O GMD dos animais diferiu entre as dietas, com 0,97 kg para os animais da dieta controle e 0,78 kg para aqueles que consumiram o concentrado com o resíduo seco. O desempenho, a ingestão voluntária de matéria seca e a conversão alimentar foram inferiores para os animais que consumiram o concentrado com resíduo seco. A substituição do milho pelo resíduo seco de mandioca reduziu o desempenho, a ingestão e a conversão alimentar.

Autor: ABRAHAO, José Jorge dos Santos et al

Exigências nutricionais

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Exigências nutricionais em macronutrientes minerais (Ca, P, Mg, Na e K) para novilhos de diferentes grupos genéticos.

Determinaram-se as exigências em macronutrientes minerais (Ca, P, Mg, Na e K) utilizando-se 44 novilhos não-castrados, pertencentes a quatro grupos genéticos (Nelore; F1 Nelore x Aberdeen-Angus; F1 Nelore x Pardo-Suíço e F1 Nelore x Simental), com média de 10 e 11 meses de idade e peso vivo inicial de 362 ± 35 kg. A ração experimental foi composta de feno de capim-braquiária (Brachiaria decumbens, Stapf.), farelo de soja, milho (grão moído), melaço em pó e suplementos de macro e micronutrientes inorgânicos. As exigências líquidas para ganho de peso, em cada macronutriente, foram obtidas por meio da derivada primeira de suas respectivas equações, estimadas a partir de regressão não-linear do conteúdo do nutriente (Ca, P, Mg, Na e K), em função do peso de corpo vazio do animal. Para conversão do peso vivo em peso de corpo vazio, utilizou-se a equação obtida a partir da regressão do peso corporal vazio dos animais experimentais em função de seus pesos imediatamente antes do abate. As exigências de mantença foram estimadas de acordo com as recomendações do NRC e ARC e os coeficientes de absorção adotados para os cinco macronutrientes foram aqueles propostos pelo ARC. O teste de identidade de modelos indicou não haver diferenças entre as equações de regressão para os minerais entre os quatro grupos genéticos estudados. Não foram verificadas, pela análise de variância, diferenças entre as exigências de macrominerais entre os diferentes grupos genéticos.

Autor: LEONEL, Fernando de Paula et al.

Novilho: Recria

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Associação de diferentes fontes energéticas e protéicas em suplementos múltiplos na recria de novilhos mestiços sob pastejo no período da seca.

Dois experimentos foram realizados com o objetivo de avaliar diferentes fontes protéicas e energéticas em suplementos múltiplos para bovinos. No primeiro experimento, estudou-se o desempenho de novilhos em fase de recria em pastagem de Brachiaria brizantha, no período da seca. Utilizaram-se 20 novilhos mestiços Holandês x Zebu, não-castrados (17 meses de idade e 265±18 kg de peso vivo inicial), distribuídos em quatro piquetes de 1,5 ha. Os suplementos foram fornecidos diariamente na proporção de 0,75% do PV. Empregou-se como fonte protéica grão de soja (GS) ou caroço de algodão (CA) inteiros e farelo de trigo (FT) ou farelo de arroz (FA) como fonte de energia, em esquema fatorial 2 x 2. Não foram verificadas diferenças no ganho médio diário (GMD), no peso vivo final (PVF) e no ganho de peso total (GPT). A suplementação propiciou aos animais GMD de 0,589; 0,530; 0,620 e 0,606 kg/dia, respectivamente, nos tratamentos GS/FT, GS/FA, CA/FT e CA/FA. No segundo experimento, determinaram-se as frações dos carboidratos da pastagem e dos ingredientes utilizados na formulação dos suplementos e estimaram-se as respectivas taxas de digestão das frações pela técnica de produção de gás. A forragem apresentou altos teores da fração indigestível (C) e baixos da potencialmente digestível (B2). Entre os concentrados, o FA apresentou menor fração C. O GS e o FT destacaram-se pela elevada proporção de CNF. O CA, embora tenha demonstrado fração C superior aos demais, apresentou rápida taxa de digestão da fração B2. As taxas de digestão dos CNF foram 35,06; 14,86; 17,83 e 58,80, respectivamente, para FA, FT, GS e CA. A opção por uma das fontes protéicas ou energéticas estudadas depende, portanto, do preço e da disponibilidade no mercado, pois não influenciou o desempenho dos animais. Os carboidratos estruturais (B2 e C) são responsáveis pelo alto teor de carboidratos totais presentes na Brachiaria brizantha no período da seca, pois correspondem a aproximadamente 80% de sua composição. Observaram-se variações entre as frações dos carboidratos, assim como na taxa de degradação das fontes energéticas e protéicas estudadas.

Autor: MORAES, Eduardo Henrique Bevitori Kling de et al.

Exigências nutricionais

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Composição corporal e exigências nutricionais de macrominerais de bovinos Caracu selecionados e Nelore selecionados ou não para peso ao sobreano.

Avaliaram-se a composição corporal e as exigências líquidas e dietéticas de macrominerais (Ca, P, Mg, Na e K) de bovinos Caracu selecionados (CaS) e Nelore selecionados (NeS) ou não (NeC) para peso ao sobreano (378 dias de idade). Foram utilizados 56 tourinhos com média de 18 meses de idade. Doze animais foram abatidos após o período de adaptação para servirem como referência e os 44 restantes (16 NeS, 16 CaS e 12 NeC, com peso vivo inicial de 392±15,7; 421±14,4 e 337±18,5 kg, respectivamente) foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 2: grupo genético (NeS, CaS e NeC) x sistema de alimentação (restrito e ad libitum). A dieta, com relação volumoso:concentrado de 50:50, continha silagem de milho como volumoso. Os conteúdos dos macrominerais retidos no corpo dos animais foram estimados por meio de equações de regressão do logaritmo do conteúdo corporal de Ca, P, Mg, Na e K, em função do logaritmo do peso de corpo vazio (PCVZ). As exigências líquidas para ganho de 1 kg de PCVZ foram obtidas pela derivação das equações de predição dos conteúdos corporais dos macrominerais, em função do logaritmo do PCVZ. Houve efeito do grupo genético sobre o conteúdo corporal dos macroelementos. As concentrações corporais e as exigências de todos os macrominerais aumentaram conforme a elevação no PCVZ dos animais.

Autor: MIRANDA, Eloísio Nunes et al.

Palma forrageira II

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Substituição total do milho e parcial do feno de capim-tifton por palma forrageira em dietas para vacas em lactação: consumo e digestibilidade.

Para avaliação do consumo e da digestibilidade aparente dos nutrientes de dietas contendo diferentes níveis (0; 12,0; 25,0; 38,0 e 51,0%) de palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill) em substituição total ao milho (Zea mays L.) e parcial ao feno de capim-tifton (Cynodon spp), foram utilizadas cinco vacas da raça Holandesa, distribuídas em quadrado latino 5 × 5. No início do experimento, os animais apresentavam 583 ± 7,07 kg de peso corporal (PC) e período de lactação em torno de 110 dias. Cada período experimental teve duração de 17 dias, dez dias para adaptação dos animais à dieta e sete dias para coleta de dados. O consumo de MS (kg/dia, %PC e g/kg0,75) e os consumos de MO, EE, PB, carboidratos totais (CT), FDN, FDA e NDT (kg/dia) diminuíram linearmente conforme aumentaram os níveis de palma forrageira na dieta. O consumo de CNF, no entanto, aumentou com a inclusão de palma forrageira na dieta. Os coeficientes de digestibilidade aparente de MS, MO, EE, PB, CT e CNF não foram influenciados pela inclusão de palma forrageira na dieta. Entretanto, o coeficiente de digestibilidade aparente da FDN reduziu linearmente com a inclusão de palma forrageira na dieta. A inclusão da palma forrageira nas dietas influenciou negativamente no consumo dos nutrientes e no coeficiente de digestibilidade da FDN.

Autor: OLIVEIRA, Veronaldo Souza de et al.

Sexagem

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Avanços metodológicos na seleção do sexo de espermatozóides bovinos para utilização no melhoramento genético e na produção animal.

O mercado demanda, desde final da década de 20, uma tecnologia para a sexagem de espermatozóides que possa ser inserida na indústria de produção de sêmen congelado e que tenha as seguintes características: a) não altere a viabilidade espermática; b) seja compatível com a congelação do espermatozóide sexado; c) permita a sexagem de espermatozóides previamente congelados e descongelados; d) permita a produção de várias doses de sêmen sexado congelado por dia, com custo compatível ao mercado. A importância dessa tecnologia para maximizar a produção animal a um custo baixo tem sido um desafio da pesquisa a vários anos. A possibilidade de produzir, em escala comercial, doses de sêmen enriquecidas com espermatozóides X ou Y aumentará os benefícios do uso da inseminação artificial no seu papel de maximizar o progresso genético entre gerações de acordo com os requerimentos de cada programa de melhoramento animal. Diferentes rotas tecnológicas são percorridas na tentativa de selecionar-se o sexo em mamíferos, tanto nas espécies de interesse zootécnico quanto em espécies ameaçadas de extinção, animais de companhia. Neste sentido, existem duas alternativas: a separação de espermatozóides portadores do cromossomo X, daqueles portadores do cromossomo Y; ou a sexagem de embriões pré-implantados. A viabilidade da sexagem de espermatozóides em bovinos é esperada por muitos anos e os desenvolvimentos recentes tornaram essa tecnologia de aplicação commercial. Entretanto, muitas limitações ainda existem, principalmente, referente à taxa de gestação em condições de campo. Isso restringe a utilização dessa tecnologia no melhoramento genético e produção animal. Nessa palestra abordaremos os potenciais sistemas de criação e produção que poderão beneficiar-se com a sexagem de espermatozóides, quando essas limitações forem solucionadas.

Autor: LIMA, Vera Fernanda Martins Hossepian de

Palma forrageira

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Palma forrageira enriquecida com uréia em substituição ao feno de capim-tifton 85 em rações para vacas da raça Holandesa em lactação.

Um experimento foi conduzido com o objetivo de avaliar o consumo dos nutrientes e a produção e composição do leite de vacas em lactação alimentadas com rações contendo 0; 12,5; 25,0; 37,5 ou 50,0% de palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill) e uréia em substituição ao feno de capim-tifton. Foram utilizadas cinco vacas distribuídas em delineamento quadrado latino 5 × 5. Os consumos de matéria seca e matéria orgânica apresentaram comportamento quadrático com a inclusão de palma e uréia. O consumo de proteína bruta e o teor de gordura do leite não foram influenciados pela inclusão de palma e uréia na dieta. Os consumos de carboidratos não-fibrosos (CNF) e de nutrientes digestíveis totais (NDT), a eficiência alimentar, a produção de leite e a produção de leite corrigida para 3,5% de gordura aumentou, enquanto o consumo de fibra em detergente neutro (FDN) e de água diminuiu linearmente com a inclusão de palma e uréia na dieta. A inclusão de palma e uréia em substituição ao feno de capim-tifton aumenta o consumo de energia e a produção de leite.


Ref.: www.ecapataz.com.br

domingo, 1 de novembro de 2009

Coastcross - Arachis

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Produção de novilhas de corte em pastagem de Coastcross-1 consorciada com Arachis pintoi com e sem adubação nitrogenada.

Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a massa de forragem (MF), a taxa de acúmulo diário (TAD), a oferta de forragem (OF), a taxa de lotação (TL), a porcentagem de Arachis pintoi (PAR), o ganho médio diário (GMD) e o ganho por hectare (GPV/ha) de novilhas de corte em pastejo de Coastcross-1 consorciada com Arachis pintoi. Os consórcios avaliados foram: CA0 = coastcross + Arachis pintoi sem adubação nitrogenada; CA100 = coastcross + Arachis pintoi com 100 kg de nitrogênio; CA200 = coastcross + Arachis pintoi com 200 kg de nitrogênio; e C200 = coastcross com 200 kg de nitrogênio, distribuídos em delineamento de blocos ao acaso, com duas repetições. O manejo do pasto foi o de lotação continua com carga animal variável utilizando-se novilhas mestiças com três animais-testes por consórcio. A massa de forragem nas pastagens de coastcross + Arachis pintoi adubadas com 0, 100 e 200 kg de nitrogênio e na pastagem de coastcross adubada com 200 kg de nitrogênio foi de 2.641, 2.431, 2.760 e 2.704 kg de MS/ha, respectivamente. A taxa de acúmulo diário foi semelhante (66,12 kg de MS/ha) entre as pastagens; o verão foi a estação de maior produção, seguido da primavera, do outono, que não diferiram entre si, e do inverno (108,6; 71,1; 54,2; 30,6 kg de MS/ha, respectivamente). Na associação de coastcross + Arachis pintoi sem adubação nitrogenada, foram obtidas a maior oferta de forragem e a menor taxa de lotação (4,0 UA/ha). As maiores taxas de lotação e as menores ofertas de forragem foram observadas com a adubação nitrogenada. A porcentagem de Arachis pintoi foi maior na primavera e, na associação coastcross + Arachis pintoi sem adubação, as estimativas visuais foram sempre superiores às medidas, em virtude do baixo teor de matéria seca dessa leguminosa. O ganho médio diário foi maior no cultivo em consórcio e adubação com 200 kg de nitrogênio e na pastagem de coastcross em cultivo exclusivo com 200 kg de nitrogênio em comparação àquelas de coastcross + Arachis adubada com 100 kg de nitrogênio e sem adubação (0,51; 0,51; 0,42 e 0,38 kg/dia, respectivamente). Os ganhos anuais por hectare foram superiores a 1.000 kg/ha/ano e foram maiores no verão (221,4 kg/ha).

Autor: PARIS, Wagner et al.
Fonte: Scielo

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Desenvolvimento Ponderal

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Associação genética da prenhez aos 16 meses com o peso à desmama e o ganho de peso em animais da raça Nelore.

Objetivou-se verificar a possibilidade de utilização da prenhez de novilhas aos 16 meses (Pr16) como critério de seleção e as possíveis associações genéticas entre prenhez em novilhas aos 16 meses e o peso à desmama (PD) e o ganho de peso médio da desmama ao sobreano (GP). Foram realizadas análises uni e bicaracterísticas para estimação dos componentes de co-variância, empregando-se um modelo animal linear para peso à desmama e ganho de peso da desmama ao sobreano e não-linear para Pr16. A estimação dos componentes de variância e da predição dos valores genéticos dos animais foi realizada por Inferência Bayesiana. Distribuições "flat" foram utilizadas para todos os componentes de co-variância. As estimativas de herdabilidade direta para Pr16, PD e GP foram 0,50; 0,24 e 0,15, respectivamente, e a estimativa de herdabilidade materna para o PD, de 0,07. As correlações genéticas foram -0,25 e 0,09 entre Pr16, PD e GP, respectivamente, e a correlação genética entre Pr16 e o efeito genético materno do PD, de 0,29. A herdabilidade da prenhez aos 16 meses indica que essa característica pode ser utilizada como critério de seleção. As correlações genéticas estimadas indicam que a seleção por animais mais pesados à desmama, a longo prazo, pode diminuir a ocorrência de prenhez aos 16 meses de idade. Além disso, a seleção para maior habilidade materna favorece a seleção de animais mais precoces. No entanto, a seleção para ganho de peso da desmama ao sobreano não leva a mudanças genéticas na precocidade sexual em fêmeas.

Autor: SHIOTSUKI, Luciana; SILVA, Josineudson Augusto II de Vasconcelos e ALBUQUERQUE, Lucia Galvão de.
Fonte: Scielo

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Reprodutores - Efeito da idade

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Efeito da idade do touro e do período de colheita de sêmen sobre as características físicas e morfológicas do sêmen de bovinos de raças européias e zebuínas.

Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito da idade de touros europeus e zebuínos e do período de colheita do sêmen sobre as características físicas e morfológicas do sêmen desses animais produzido em uma central de inseminação no período de 1993 a 1999. Os dados de produção de sêmen dos touros foram agrupados em cinco classes de idade (12 a 36 meses, 37 a 60 meses, 61 a 84 meses, 85 a 108 meses e 109 a 142 meses) e quatro períodos de colheita (período 1: dezembro a fevereiro; período 2: março a maio; período 3: junho a agosto e período 4: setembro a novembro). As classes de idade determinaram diferenças significativas no volume, turbilhonamento espermático, nas anormalidades primárias, secundárias, terciárias e totais, na integridade de acrossoma e na quantidade média de doses por ejaculado, cujos valores foram maiores nos zebuínos no período 4 (setembro a outubro). As maiores porcentagens de anormalidades totais, nas duas subespécies, foram observadas nos animais mais jovens (12 a 36 meses) e nos mais velhos (109 e 142 meses). Os zebuínos mais velhos produziram sêmen mais concentrado e maiores quantidades médias de doses por ejaculado. Em touros europeus, o sêmen menos concentrado e as maiores porcentagens de anormalidades espermáticas foram observadas no período 1 (dezembro a fevereiro), consequentemente, menores quantidades de doses de sêmen por ejaculado foram produzidas por essa subespécie, o que pode ter sido um efeito do estresse calórico sofrido por estes animais antes da colheita de sêmen. A idade e o período de colheita influenciam na qualidade do sêmen de touros doadores mantidos em regime de colheita para comercialização.

Autor: SILVA, Antônio Rodrigues da; FERRAUDO, Antonio Sergio; PERECIN, Dilermando e LIMA, Vera Fernanda Martins Hossepian de.
Fonte: Scielo

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Bezerros - Probiótico

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Adição de probiótico ao leite integral ou sucedâneo e desempenho de bezerros da raça holandesa.

A possibilidade de proibição do uso de antibióticos como promotores de crescimento para animais de produção tem feito com que consumidores e produtores procurem por alternativas. Os probióticos têm se mostrado promissores em cumprir este papel e por esta razão, setenta e nove bezerros da raça Holandesa foram utilizados para avaliar a adição de probiótico constituído por Lactobacillus acidophilus, Enterococcus faecium e Saccharomyces cerevisiae ao aleitamento. Os animais foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com arranjo fatorial de tratamentos 3x2, correspondendo ao tipo de dieta líquida (leite integral, sucedâneo ao 3° dia ou sucedâneo ao 15° dia de idade, com adição ou não de probiótico). O período experimental foi do nascimento até 15 dias após a desmama. O fornecimento de probiótico a bezerros(as) aleitados(as) com sucedâneo a partir dos 3 dias de idade melhorou o ganho de peso (com probiótico=0,22 vs. sem probiótico=0,16 kg dia-1) e conversão alimentar (2,62 vs. 3,85) até a desmama, e conversão alimentar (1,66 vs. 2,03) pós-desmama. Os bezerros aleitados com sucedâneo consumiram mais concentrado em relação aos que receberam leite integral (sucedâneo=0,22 vs. leite=0,19 kg dia-1), mas consumiram menos matéria seca total (0,61 vs. 0,67 kg dia-1) e apresentaram menor peso à desmama (49 vs. 59 kg). Quando o uso de sucedâneo foi iniciado aos 3 dias, os bezerros apresentaram maior consumo de concentrado (sucedâneo aos 3 dias=0,25 vs. sucedâneo aos 15 dias=0,20 kg dia-1) e menor peso à desmama (47,3 vs. 51 kg) em relação aos bezerros aleitados com sucedâneo aos 15 dias.

Autor: MEYER, Paula Marques et al.
Fonte: Scielo

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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Escrituração Zootécnica – Parte I

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Diariamente nos deparamos com situações que nos levam a meditar sobre o porquê das coisas darem certo ou não. Geralmente, verificamos que o que deu certo ou o que fez sucesso está alicerçado, de alguma forma, em controles bem estruturados e suficientes que permitem a realização de ações, adequadamente planejadas e necessárias para a obtenção do resultado desejado.


Todo o nosso dia a dia está estruturado, quer queira ou não, em ações que nos movem e faz a vida acontecer. Sucessos, fracassos? Depende de como foram realizadas as ações. Em tese, se bem planejadas, organizadas, controladas e adequadamente executadas o resultado será o sucesso. Do contrário, possivelmente fracassamos.


No mundo dos negócios, não pode ser diferente; se não houver planejamento, organização, controle e gerenciamento é fracasso na certa! Nessa área é preciso muito controle. E para fazer um bom controle é preciso de informações, rápidas, precisas e suficientes, para se tomar as decisões acertadas e na hora certa. As informações, por sua vez, são várias e variadas. Nos negócios os números são os mais importantes. Imaginemos um pequeno comércio: um mercado, por exemplo. É certo que lá se encontram, ou deveria encontrar, cerca de mil itens. Arroz, feijão, óleo, temperos, massas, etc. e etc.


Basicamente, a mínima informação que o dono do mercado precisa saber, diariamente, é o estoque. Isso, ele pode obter de duas maneiras. A primeira, mais demorada e mais custosa, é fazer, diariamente, o inventário contando quantas unidades de cada produto existe no depósito e nas prateleiras. Vai demora um bom tempo (horas) pra fazer isso. A segunda maneira, menos demorada e menos cara, é manter um sistema de registros. Coisa simples mesmo! Num caderno ou em fichas criam-se os seguintes espaços identificados como: Produto, Data, Entrada, Saída e Saldo. Cinco informações (dados, no sentido amplo).


Cada produto tem sua ficha. Nela anotam-se as datas, as compras, as vendas e os saldos (compras menos as vendas). Assim, é possível conhecer, diariamente, qual o estoque de cada produto. Basta pegar a respectiva ficha e olhar o valor que está na coluna Saldo do dia. Pronto, não precisa contar; o número ali representa a quantidade que existe (ou que deveria existir) do produto.


Podemos concluir que a segunda maneira de se obter, diariamente, informações críticas ou não, é bem melhor. Entretanto, ainda é custosa em face da quantidade de itens comercializados. Já imaginou a trabalheira que será localizar determinada ficha entre mil delas?! Mesmo em ordem alfabética, não vai ser moleza não senhor!


Bem, que tal uma planilha eletrônica, dessas conhecidas e que existem em todos os computadores? Ótimo. Vai ficar muito mais fácil manter o controle e localizar o estoque de determinado produto. Entretanto, o dono do mercado vai ter que entender de planilha; saber como trabalhar como essa coisa chamada software. É, a coisa é boa mais requer conhecimento. Na verdade, trabalhar como planilha eletrônica é razoavelmente simples, porém um tanto quanto ‘perigosa’ a sua manipulação. Qualquer deslize - uma esbarrada do dedo numa tecla errada quando o cursor estiver sobre uma célula que contém um dado qualquer - poderá gerar informação errada, sem que se perceba.


Importante salientar o fato de que esses três dados (data, compra e venda) podem gerar diversas outras informações úteis para o gestor ou dono do negócio, tais como: a) quais os produtos mais vendidos; b) quais produtos saem (vendem) mais rápido; c) quais produtos demoram pra sair (encalham); d) em que período (semana ou dia da semana ou do mês) determinado produto é mais vendido;


Essas são algumas das informações, dentre outras, possíveis de serem geradas a partir de apenas esses três dados. Entretanto, utilizando uma planilha eletrônica, não será tarefa fácil. Que é possível é, porém será preciso uma planilha ‘avançada’! Então é aí ‘que o bicho pega!’ Dificilmente o dono do negócio será tão expert a ponto de saber criar uma planilha eletrônica ‘inteligente’ o bastante para, com apenas um clic, gerar tais informações. Para isso, é certo que será preciso contratar um especialista em planilha eletrônica.


Para alívio de todos nós, a notícia boa é que existem no mercado vários softwares especialistas em administração e controle de estoque. São tão bons que faltam mesmo é falar, aliás, nem isso, pois tem alguns que até falar eles falam, mandam e-mail, SMS, torpedo, etc. Assim, com um software desses é que podemos entender como os Hiper-supermercados conseguem manter aquelas prateleiras sempre abarrotadas de milhares de produtos de todos os tipos. É o milagre realizado pelo ‘São Computador’.


Bem, mas o que toda essa conversa tem a ver com Escrituração Zootécnica? Tudo, meu amigo! O controle de estoque nada mais é do que um processo de Escrituração. Pois é, o ato de registrar, de anotar as ocorrências, (fatos) é, efetivamente, uma escrituração. E o mais importante: a escrituração geralmente tem um objetivo. Exemplo: a) escrituração contábil: tem por objetivo gerar informações econômico e financeiras para o dono e ou sócios da empresa, bem como para o fisco; b) escrituração de compra e venda imóveis: tem por objetivo gerar informações e documentos de transações imobiliárias.


E a Escrituração Zootécnica, pra que serve? Bem, aparentemente, é fácil responder isso: a Escrituração Zootécnica serve para registrar, de maneira sistemática, os fatos (eventos, ocorrências) Zootécnicos. Mas, o que vem a ser ‘eventos zootécnicos’? É, parece que não é tão simples assim entender, direitinho, o que seja Escrituração Zootécnica. Sem estresse; Isso não uma parábola! O objetivo desse artigo é, exatamente, desmistificar a tal Escrituração Zootécnica, bem como demonstrar a sua importância em um empreendimento pecuário.


Um empreendimento pecuário, geralmente praticado em uma fazenda, é, essencialmente, um negócio. Daí, a relação da Escrituração Zootécnica com a conversa inicial deste artigo: o supermercado e o controle de estoque. Com negócio não se brinca. Negócio, pra dá certo, entre outras coisas, precisa de uma boa administração. E boa administração se faz com pessoas competentes, planejamento e controle.


No caso específico de um empreendimento pecuário o que, basicamente, precisa ser controlado? Um “um monte de coisa”, diria um amigo meu, especialista em controles. Desse tanto de coisas, vamos relacionar algumas:


a) Estoque:
1) Quantas cabeças existem na fazenda? 2) Dessas, quantas são machos e quantas são fêmeas? 3) Das fêmeas, quantas e quais são, por exemplo, bezerras, novilhas, nulíparas, primíparas ou pluríparas? 4) Quantas e quais estão vazias, prenhas, no terço final ou paridas; Mamando (ao pé) ou desmamadas? 5) Quantas e quais precisam ser descartadas?


b) Produção:
1) Quantos nasceram em determinado período (mês, semestre ou ano)? 2) Quantas arrobas ou kg foram produzidos por matriz ou por ha.?


c) Reprodução:
1) Qual reprodutor é mais produtivo (filhos e peso)? 2) Qual reprodutor é menos produtivo? 3) Quais e quantas matrizes são mais ou menos prolíferas? 4) Qual reprodutor cobre mais (por dia e por estação)? 5) Qual o Intervalo Entre Partos, médio e por matriz?


d) Avaliações:
1) Qual da Taxa de Cobertura? 2) Qual a Taxa de Prenhez? 3) Qual o índice de prolificidade? 4) Qual o índice de Mortalidade Infantil (até o desmame)? 5) Qual o índice de Mortalidade Juvenil (após desmame)?


e) Exceções:
1) Quantos morreram, sumiram, etc.? 2) Quais as causas das mortes?


f) Tratamentos:
1) Quais as doenças tratadas? 2) Quais animais foram os mais tratados? 3) Quais medicamentos foram usados?


g) Agenda:
1) Previsão de partos; 2) Previsão de terço final; 3) Previsão de desmame; 4) Estação de Monta;


Todas essas questões, e muitas outras, são respondidas pela Escrituração Zootécnica. “Entretanto, vale ressaltar, que essas informações são possíveis desde que o sistema de EZ tenha inteligência para tanto; isto é, foi estruturado e desenvolvido com minúcia e riqueza de detalhes, cuidando para que os principais dados sejam armazenados em seu banco. Também, precisa possuir rotinas ou mecanismos internos que executam processos que geram as informações de maneira rápidas e precisas. Tudo a um clique!”, afirma Marco Aurélio, da Capataz - Assessoria Rural.


Continua ...


Autores: Ananias Duarte