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Diariamente nos deparamos com situações que nos levam a meditar sobre o porquê das coisas darem certo ou não. Geralmente, verificamos que o que deu certo ou o que fez sucesso está alicerçado, de alguma forma, em controles bem estruturados e suficientes que permitem a realização de ações, adequadamente planejadas e necessárias para a obtenção do resultado desejado.
Todo o nosso dia a dia está estruturado, quer queira ou não, em ações que nos movem e faz a vida acontecer. Sucessos, fracassos? Depende de como foram realizadas as ações. Em tese, se bem planejadas, organizadas, controladas e adequadamente executadas o resultado será o sucesso. Do contrário, possivelmente fracassamos.
No mundo dos negócios, não pode ser diferente; se não houver planejamento, organização, controle e gerenciamento é fracasso na certa! Nessa área é preciso muito controle. E para fazer um bom controle é preciso de informações, rápidas, precisas e suficientes, para se tomar as decisões acertadas e na hora certa. As informações, por sua vez, são várias e variadas. Nos negócios os números são os mais importantes. Imaginemos um pequeno comércio: um mercado, por exemplo. É certo que lá se encontram, ou deveria encontrar, cerca de mil itens. Arroz, feijão, óleo, temperos, massas, etc. e etc.
Basicamente, a mínima informação que o dono do mercado precisa saber, diariamente, é o estoque. Isso, ele pode obter de duas maneiras. A primeira, mais demorada e mais custosa, é fazer, diariamente, o inventário contando quantas unidades de cada produto existe no depósito e nas prateleiras. Vai demora um bom tempo (horas) pra fazer isso. A segunda maneira, menos demorada e menos cara, é manter um sistema de registros. Coisa simples mesmo! Num caderno ou em fichas criam-se os seguintes espaços identificados como: Produto, Data, Entrada, Saída e Saldo. Cinco informações (dados, no sentido amplo).
Cada produto tem sua ficha. Nela anotam-se as datas, as compras, as vendas e os saldos (compras menos as vendas). Assim, é possível conhecer, diariamente, qual o estoque de cada produto. Basta pegar a respectiva ficha e olhar o valor que está na coluna Saldo do dia. Pronto, não precisa contar; o número ali representa a quantidade que existe (ou que deveria existir) do produto.
Podemos concluir que a segunda maneira de se obter, diariamente, informações críticas ou não, é bem melhor. Entretanto, ainda é custosa em face da quantidade de itens comercializados. Já imaginou a trabalheira que será localizar determinada ficha entre mil delas?! Mesmo em ordem alfabética, não vai ser moleza não senhor!
Bem, que tal uma planilha eletrônica, dessas conhecidas e que existem em todos os computadores? Ótimo. Vai ficar muito mais fácil manter o controle e localizar o estoque de determinado produto. Entretanto, o dono do mercado vai ter que entender de planilha; saber como trabalhar como essa coisa chamada software. É, a coisa é boa mais requer conhecimento. Na verdade, trabalhar como planilha eletrônica é razoavelmente simples, porém um tanto quanto ‘perigosa’ a sua manipulação. Qualquer deslize - uma esbarrada do dedo numa tecla errada quando o cursor estiver sobre uma célula que contém um dado qualquer - poderá gerar informação errada, sem que se perceba.
Importante salientar o fato de que esses três dados (data, compra e venda) podem gerar diversas outras informações úteis para o gestor ou dono do negócio, tais como: a) quais os produtos mais vendidos; b) quais produtos saem (vendem) mais rápido; c) quais produtos demoram pra sair (encalham); d) em que período (semana ou dia da semana ou do mês) determinado produto é mais vendido;
Essas são algumas das informações, dentre outras, possíveis de serem geradas a partir de apenas esses três dados. Entretanto, utilizando uma planilha eletrônica, não será tarefa fácil. Que é possível é, porém será preciso uma planilha ‘avançada’! Então é aí ‘que o bicho pega!’ Dificilmente o dono do negócio será tão expert a ponto de saber criar uma planilha eletrônica ‘inteligente’ o bastante para, com apenas um clic, gerar tais informações. Para isso, é certo que será preciso contratar um especialista em planilha eletrônica.
Para alívio de todos nós, a notícia boa é que existem no mercado vários softwares especialistas em administração e controle de estoque. São tão bons que faltam mesmo é falar, aliás, nem isso, pois tem alguns que até falar eles falam, mandam e-mail, SMS, torpedo, etc. Assim, com um software desses é que podemos entender como os Hiper-supermercados conseguem manter aquelas prateleiras sempre abarrotadas de milhares de produtos de todos os tipos. É o milagre realizado pelo ‘São Computador’.
Bem, mas o que toda essa conversa tem a ver com Escrituração Zootécnica? Tudo, meu amigo! O controle de estoque nada mais é do que um processo de Escrituração. Pois é, o ato de registrar, de anotar as ocorrências, (fatos) é, efetivamente, uma escrituração. E o mais importante: a escrituração geralmente tem um objetivo. Exemplo: a) escrituração contábil: tem por objetivo gerar informações econômico e financeiras para o dono e ou sócios da empresa, bem como para o fisco; b) escrituração de compra e venda imóveis: tem por objetivo gerar informações e documentos de transações imobiliárias.
E a Escrituração Zootécnica, pra que serve? Bem, aparentemente, é fácil responder isso: a Escrituração Zootécnica serve para registrar, de maneira sistemática, os fatos (eventos, ocorrências) Zootécnicos. Mas, o que vem a ser ‘eventos zootécnicos’? É, parece que não é tão simples assim entender, direitinho, o que seja Escrituração Zootécnica. Sem estresse; Isso não uma parábola! O objetivo desse artigo é, exatamente, desmistificar a tal Escrituração Zootécnica, bem como demonstrar a sua importância em um empreendimento pecuário.
Um empreendimento pecuário, geralmente praticado em uma fazenda, é, essencialmente, um negócio. Daí, a relação da Escrituração Zootécnica com a conversa inicial deste artigo: o supermercado e o controle de estoque. Com negócio não se brinca. Negócio, pra dá certo, entre outras coisas, precisa de uma boa administração. E boa administração se faz com pessoas competentes, planejamento e controle.
No caso específico de um empreendimento pecuário o que, basicamente, precisa ser controlado? Um “um monte de coisa”, diria um amigo meu, especialista em controles. Desse tanto de coisas, vamos relacionar algumas:
a) Estoque:
1) Quantas cabeças existem na fazenda? 2) Dessas, quantas são machos e quantas são fêmeas? 3) Das fêmeas, quantas e quais são, por exemplo, bezerras, novilhas, nulíparas, primíparas ou pluríparas? 4) Quantas e quais estão vazias, prenhas, no terço final ou paridas; Mamando (ao pé) ou desmamadas? 5) Quantas e quais precisam ser descartadas?
b) Produção:
1) Quantos nasceram em determinado período (mês, semestre ou ano)? 2) Quantas arrobas ou kg foram produzidos por matriz ou por ha.?
1) Quantos nasceram em determinado período (mês, semestre ou ano)? 2) Quantas arrobas ou kg foram produzidos por matriz ou por ha.?
c) Reprodução:
1) Qual reprodutor é mais produtivo (filhos e peso)? 2) Qual reprodutor é menos produtivo? 3) Quais e quantas matrizes são mais ou menos prolíferas? 4) Qual reprodutor cobre mais (por dia e por estação)? 5) Qual o Intervalo Entre Partos, médio e por matriz?
1) Qual reprodutor é mais produtivo (filhos e peso)? 2) Qual reprodutor é menos produtivo? 3) Quais e quantas matrizes são mais ou menos prolíferas? 4) Qual reprodutor cobre mais (por dia e por estação)? 5) Qual o Intervalo Entre Partos, médio e por matriz?
d) Avaliações:
1) Qual da Taxa de Cobertura? 2) Qual a Taxa de Prenhez? 3) Qual o índice de prolificidade? 4) Qual o índice de Mortalidade Infantil (até o desmame)? 5) Qual o índice de Mortalidade Juvenil (após desmame)?
1) Qual da Taxa de Cobertura? 2) Qual a Taxa de Prenhez? 3) Qual o índice de prolificidade? 4) Qual o índice de Mortalidade Infantil (até o desmame)? 5) Qual o índice de Mortalidade Juvenil (após desmame)?
e) Exceções:
1) Quantos morreram, sumiram, etc.? 2) Quais as causas das mortes?
1) Quantos morreram, sumiram, etc.? 2) Quais as causas das mortes?
f) Tratamentos:
1) Quais as doenças tratadas? 2) Quais animais foram os mais tratados? 3) Quais medicamentos foram usados?
1) Quais as doenças tratadas? 2) Quais animais foram os mais tratados? 3) Quais medicamentos foram usados?
g) Agenda:
1) Previsão de partos; 2) Previsão de terço final; 3) Previsão de desmame; 4) Estação de Monta;
1) Previsão de partos; 2) Previsão de terço final; 3) Previsão de desmame; 4) Estação de Monta;
Todas essas questões, e muitas outras, são respondidas pela Escrituração Zootécnica. “Entretanto, vale ressaltar, que essas informações são possíveis desde que o sistema de EZ tenha inteligência para tanto; isto é, foi estruturado e desenvolvido com minúcia e riqueza de detalhes, cuidando para que os principais dados sejam armazenados em seu banco. Também, precisa possuir rotinas ou mecanismos internos que executam processos que geram as informações de maneira rápidas e precisas. Tudo a um clique!”, afirma Marco Aurélio, da Capataz - Assessoria Rural.
Continua ...
Olá Ananias,
ResponderExcluirMuito bom este artigo. Principalmente para mim que estou iniciando neste ramo de pecuária. Meu pai tem uma propriedade e infelizmente ele faleceu recentemente e agora terei que dar início a gestão desta propriedade rural. Trabalho com tecnologia (desenvolvimento de software) e para mim, ter controle de qualquer negócio é imprescindível. Este artigo está sendo como a uma bússola para o inicio do controle das informações. Muito obrigado por compartilhar este valioso conhecimento. Moacy Barbosa