terça-feira, 24 de novembro de 2009

Escrituração Zootécnica - V

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Na terceira parte deste artigo concluímos, definitivamente, que a finalidade da Escrituração Zootécnica e o que interessa ao criador são as informações geradas a partir dos dados coletados em campo (fazenda). Mas, de que dados estamos falando? Quais, quantos e de que tipos? Didaticamente, podemos agrupar esses dados da seguinte maneira: (1) Identificação; (2) Desenvolvimento; (3) Reprodução; (4) Sanidade; (5) Avaliação; e (6) Manejo.

Na quarta parte comentamos sobre os elementos do grupo Identificação, suas particularidades, importância e como o Capataz® lida com eles. Trataremos, agora, do grupo Desenvolvimento.

No âmbito do segmento pecuário, podemos definir que o desenvolvimento do animal é medido pelo seu peso corporal vivo, desde o nascimento. Assim, o peso ao nascer, pesos em diversas idades (de interesse estratégico), peso à primeira cobertura, peso ao primeiro parto, etc. e etc. são dados relevantes em uma atividade pecuária.

Notadamente, o peso ao nascer (PN) é um fator crítico em qualquer raça. Animais que nascem com baixo peso em relação ao padrão da raça, terão dificuldade em desenvolver-se adequadamente. Muitos nem sobrevivem; morrem no periparto. Mas, e daí que o animal nasceu leve, levinho de dá dó?! Bem, a princípio a mãe é a culpada, parcial ou totalmente. Pode ser em parte, quando ela possui todos os quesitos de uma boa matriz, porém o infeliz do criador não lhe deu o devido tratamento e cuidados necessários antes e durante a gestação.

Geralmente, o pecador é o criador mesmo! Não têm o devido cuidado, necessário, com as primíparas, por exemplo. A fêmea de primeira cria, geralmente, é ainda muito jovem e, em alguns casos, jovem demais. Essa fêmea ainda está em crescimento; Necessita de alimentação de qualidade, bem balanceada e dobrada, principalmente no terço final da gestação. Caso não se observe isso, é certo que a cria irá nascer fraquinha, mixuruca mesmo. E o pior: a própria mãe está, praticamente, condena como matriz produtiva! O fato de ter sido mal alimentada, em fase tão delicada, seu desenvolvimento ficou prejudicado e o tempo perdido dificilmente será recuperado.

A condição corporal da matriz antes da cobertura é, também, fundamental. Se magra, terá dificuldade de entrar em cio. Se for daquelas arretada que emprenham de qualquer jeito, certamente terá dificuldade na consecução da gestação. Isso é fato, e não se discute. Se obesa, também não é bom. Terá problemas para emprenhar, entre outras coisas. Então, nem magra, nem gorda; tem que está no ponto! Na escala de 1 a 5, onde 1 é magrela e 5 é obesa, 3 e 4 é o ideal para o escore corporal da matriz na fase de cobertura.

Bem, vamos então supor o caso de um animal que nasceu com o peso ideal para o padrão da raça. O que fazer; não precisa acompanhar seu desenvolvimento? Não será preciso pesá-lo periodicamente? Sim, precisa pesar sim senhor! Apesar de ser bem-nascido, o seu desenvolvimento ponderal deverá está dentro do padrão da raça; senão esse animal lhe dará prejuízo! Além disso, o acompanhamento, sistemático, do desenvolvimento ponderal é, também, um ponto de controle da matriz no que se refere à habilidade materna. Veja; enquanto o animal estiver ao pé (mamando), sua alimentação é basicamente constituída do leite da mãe. Ora, se a mãe produz pouco leite e mesmo leite de pouca qualidade, fatalmente o desenvolvimento da cria será afetado.

Mas, de quem é a culpa? Mais uma vez pode ser que a mãe seja, parcial ou totalmente, culpada. Em parte, quando ela possui todos os quesitos de uma boa matriz, porém o infeliz do criador não lhe deu o tratamento devido durante a lactação. Basicamente, os cuidados são a nível nutricional e sanitário. Animal bem alimentado não adoece. Com alguns cuidados, básicos, com a saúde, não tem erro!

Outra coisa que ajuda muito, muito mesmo, é não permitir que a cria mame após ter se tornado ruminante propriamente dito. Sim, como sabemos, os ruminantes possuem mais de um estômago, porém ao nascer, apenas um deles é funcional. Os demais levam algum tempo para se desenvolver de acordo com a espécie ou a raça. Ora, se a principal alimentação dos ruminantes é capim, logo não há que dar leite para um ruminante completo!




O software Capataz® cuida bem dessa parte. Ele dispõe de recursos que permitem ao usuário cadastrar, de maneira fácil, os pesos medidos de cada animal. Também, possui recursos que permitem a importação de pesagens realizadas em balanças eletrônicas. No caso de cadastramento, manual, das pesagens o usuário digita apenas o número do animal, a data da pesagem, e o peso medido. Com esses dados é que o Capataz® trabalha fazendo inúmeros e complexos cálculos para gerar uma gama de informações que permitirão conhecer se o desenvolvimento do animal está normal ou não. O Capataz® é crí-cri nesse ponto: até informar se o peso está abaixo, dentro ou acima do padrão da raça ele informa.

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